A visita ao
Kenya Wildlife Service (KWS), em Nairobi, no Quênia, foi a última parada da
delegação brasileira no continente africano. O crescimento populacional em
Nairobi experimenta um ritmo acelerado e, por isso, a pressão urbana nas áreas
naturais estrangula os corredores de passagem dos animais. Além disso, o Parque
Nacional de Nairobi sofre com efeitos diretos do aquecimento global, que em
poucos anos reconfigurou o perfil climático da região gerando novas áreas
alagadas, bem como a conversão de antigas áreas chuvosas em zonas secas. Tudo
isso torna a região susceptível ao aparecimento de espécies invasoras e
supressão das nativas.
Existem ainda problemas
com a saída de animais para a cidade, mas o KWS possui um serviço de resgate
24h, rápido e eficiente, acessado facilmente por telefone pelo cidadão, que
localiza o animal e aguarda o resgate, participando ativamente deste “cuidado”
com o Parque. A fiscalização é realizada pelos rangers (guardas-parque), que é
feita de carro, a pé ou a cavalo. Eles também possuem cães, que farejam o marfim, e unidades de segurança e combate a incêndios treinada pelo CBMERJ, unidade de
bombeiros do Brasil/RJ.
O KWS atua com
outras unidades de monitoramento e segurança, como a Interpol, EARCO, LUSARA,
Agreement e CITES. Possuem um banco de dados que reúne toda a informação sobre
o crime ambiental e utilizam um software que está apto para rastrear vários
tipos de caçadores e relacioná-los com grupos específicos ou não. Também utilizam
informantes locais para o combate à caça e a prisão de caçadores, investem em treinamento
e logística e pagam pela informação, desde que a mesma leve a uma ação efetiva.
Apresentação do Departamento de Inteligência do
KWS.
Durante o
encontro também foi realizada uma mesa de apresentações chamada Friends of
Nairobi National Park, onde
foram relacionadas as especificidades de se manejar um parque urbano: os casos
dos PN Nairobi, PN da Floresta da Tijuca e Parque Estadual da Pedra Branca
foram discutidos e muito pôde ser trocado, auxiliando no crescimento tanto
brasileiro quanto queniano. Discussões sobre políticas de
ecoturismo, incluindo terceirizações de hotéis, lodges, áreas de acampamento,
estrutura de cobrança de ingressos, cartão fidelidade e treinamento de pessoal
emergiram neste encontro.
Realização das mesas de
apresentação das experiências dos parques africanos e brasileiros.
Estes e outros registros da nossa viagem estão no álbum de fotos da Página do Mosaico Carioca no facebook.
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.545055418920701.1073741830.369846313108280&type=3
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