domingo, 19 de agosto de 2012

Cavalos e material para caça são apreendidos no parque da Pedra Branca


Fotos Luiz Morier
Vasto material para caça, incluindo espingardas de grosso calibre, 19 cavalos e uma pessoa detida. Este é o saldo da operação deflagrada no dia 16/08/2012 no Parque Estadual da Pedra Branca, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, pela Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca; órgão da Secretaria de Estado do Ambiente).

Fotos Luiz Morier

A ação contou com o apoio de policiais da Unidade de Policiamento Ambiental (UPAm) do parque da Pedra Branca, que foi criada ontem, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Grupamento Aeromóvel (GAM) da Polícia Militar
Entre os objetos apreendidos, estão 13 trabucos, espécie de armadilha preparada para atirar à curta distância ao ser acionada pela passagem de animais silvestres; uma ameaça à vida de quem percorre as trilhas dessa unidade de conservação. Também foi apreendida farta munição de diversos calibres e duas espingardas, uma delas de calibre 36.

Todo o material foi levado para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). José da Silva dos Santos, que seria caçador, foi detido e conduzido para a DPMA, para prestar esclarecimentos. Ele responderá por crime ambiental.


A operação começou no início da manhã desta quinta-feira. Com apoio do helicóptero do Inea, equipes percorreram, por terra, boa parte do Parque Estadual da Pedra Branca, na vertente de Realengo. Os policiais apreenderam 19 cavalos que estavam soltos no parque. Alguns tiveram que ser sedados com dardos. Içados por um helicóptero, foram transportados para um terreno na região, sendo então levados para o Curral Associado de Itambi, que tem convênio com o Governo do Estado.


Ao vasculharem um rancho, os policiais encontraram armamento para caça: 13 trabucos, duas espingardas e vasta munição de vários calibres. Embrulhado em jornais, o material estava escondido em uma gruta próxima ao rancho. No local foi detido José da Silva dos Santos, que, segundo os policiais, é caçador.


“O principal objetivo da ação de hoje, que contou com apoio de policias da UPAm da Pedra Branca, criada há apenas um dia, teve o objetivo de reprimir os animais que pastam e pisoteiam as áreas reflorestadas. O Governo do Estado gasta uma quantia considerável em ações de reflorestamento. Durante a ação, flagramos um caçador com farta munição, armamento pesado e vários trabucos, arma perigosa porque fica na trilha, um perigo para quem caminha pelas trilhas. Pedimos que a população colabore, denunciando ilegalidades como as que estamos combatendo hoje”, disse o chefe da Cicca, José Maurício Padrone.

“Com este primeiro trabalho de apoio da UPAm, que foi inaugurada ontem, mostramos que os nossos parques serão bem cuidados e o crime ambiental, reprimido, viabilizando o ecoturismo e os empregos verdes”, disse o secretário do Ambiente, Carlos Minc, ao ser informado sobre o resultado da operação.

Segundo o administrador do Núcleo Piraquara do Parque Estadual da Pedra Branca em Realengo, Marcos Melo, os proprietários de cavalos e bois soltam seus animais ilegalmente na unidade de conservação. Os bois e cavalos acabam então destruindo as mudas do trabalho em curso de reflorestamento do parque, ao pisoteá-las ou se alimentarem delas.

“Esses proprietários promovem queimadas para a pastagem de seus animais, o que configura crime ambiental. Só na semana passada, foram consumidos por queimadas cerca de quatro hectares de área reflorestada, o equivalente a três mil mudas de espécies da Mata Atlântica, na face norte do Maciço da Pedra Branca, na Serra de Bangu”, explicou Marcos Melo.


Com 12.500 hectares de área, o Parque Estadual da Pedra Branca é considerado a maior reserva florestal em área urbana do mundo, servindo de abrigo a uma rica fauna, composta por pacas, cotia, jacus, tatus e outros animais silvestres. O parque foi criado por lei estadual em 1974, com o objetivo de preservar o patrimônio natural em uma região central do Município do Rio de Janeiro.
Ação da Secretaria do Ambiente teve apoio da recém-criada Unidade de Policiamento Ambiental (UPAm)Ascom SEA e Sandra Hoffmann
Fotos Luiz Morier


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