quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Projeto Corredores Verdes ganha destaque em reportagem do Globo Barra


Acompanhe a matéria de Lucas Altino (Global-Barra), publicada em 29 de outubro de 2015, na íntegra.

Geógrafa Silma Santa Maria coordena o projeto e orienta funcionários - ANTONIO SCORZA / Agência O Globo
RIO - Entranhada entre o Maciço da Pedra Branca e o oceano e marcada por shoppings e arranha-céus, a Barra tem redutos naturais desconhecidos por muitos de seus moradores. Um deles está sendo revitalizado pelo poder público, após anos de abandono. Atrás dos shoppings Downtown e Città America, beirando a Lagoa da Tijuca, está o Parque Fazenda da Restinga, apelidado de “Terra das Borboletas”, que abriga vegetação de restinga e manguezal, mais espécies ameaçadas de fauna e flora. Além de promover o reequilíbrio ecológico na área, a Secretaria municipal de Meio Ambiente (SMAC) quer que o local seja visto como rota de passeio, e por isso placas informativas sobre o ecossistema local e trilhas serão instaladas. Paralelamente, a pasta vai dar início, em breve, à recuperação das faixas marginais de proteção do Canal de Marapendi, num total de 3,5 hectares. Após a conclusão dos dois projetos, estará aberto o caminho para a expansão da ciclovia da região em cerca de 700 metros.

A secretaria, em parceria com a Coordenadoria de Recuperação Ambiental (CRA) e com apoio de Comlurb, Subprefeitura da Barra e Jacarepaguá, Fundação Parques e Jardins, Secretaria Especial de Ordem Pública e Secretaria de Conservação, já iniciou a recuperação do Parque Fazenda da Restinga, trecho da Área de Proteção Ambiental (APA) de Marapendi. O mote do trabalho será a restauração do ecossistema degradado, com o resgate do ambiente natural original.

Coordenadora do projeto e geógrafa da SMAC, Silma Santa Maria explica que o serviço está na fase de limpeza e preparação das entradas do parque, fundamental para a realização do trabalho botânico. A expectativa é que tudo dure cerca de seis meses.

— Já retiramos dez caminhões de lixo e entulho da área de vegetação. Um grave problema no local é o descarte de material de obra no terreno, muitas vezes sem conhecimento da administração dos shoppings próximos, o que degrada o solo e é prejudicial à flora e à fauna. Estamos combatendo também o estacionamento irregular, que destrói o meio-fio e a vegetação. Esperamos que com a pintura de novas faixas e instalação de placas viárias o problema seja resolvido, orientando o cidadão a agir corretamente. Com o terreno preparado, inicia-se a fase técnica. Esta semana paisagistas começaram a trabalhar no parque.

— Já tenho verba para o início da recuperação das trilhas, e a plantação das espécies nativas será feita por meio de medidas compensatórias. Não é um serviço rápido, por haver necessidade de cuidado e análise precisa de biólogos. Mas não posso ficar parada; então, faço o que consigo no momento. Também não é algo muito custoso: trata-se mais de conservação que de novos investimentos, e também contamos com apoio dos shoppings. Ainda quero elaborar placas informativas na trilha, com informações sobre as espécies ameaçadas de extinção que podem ser encontradas aqui — conta Silma.


Área de mangue receberá atenção especial - ANTONIO SCORZA / Agência O Globo

O Parque Fazenda da Restinga, de 40 mil metros quadrados, foi criado em 2000, com projeto do paisagista Fernando Chacel, por meio de medidas compensatórias, e até 2010 esteve sob responsabilidade do shopping Città America, que o havia adotado. Depois desse período, o local se deteriorou, e a proliferação de árvores exóticas, em especial as leucenas, ameaçava as espécies nativas. Até agora, já foram retiradas cerca de 15 leucenas do parque. Segundo Silma, ao menos nos dois últimos anos não houve manutenção devida na área, onde há um deque, às margens da Lagoa da Tijuca, e uma torre de observação, em estado de abandono. Os dois equipamentos, diz a geógrafa, devem ser recuperados com apoio do Città America.


Procurado pelo GLOBO-Barra, o shopping diz que tem interesse em renovar a adoção do parque e aguarda um documento da SMAC para oficializar a medida.
A bióloga Marcia Botelho, da SMAC explica que as espécies exóticas invasoras não têm predadores naturais, e por isso se propagam sem controle.
— Desse modo, acabam tomando o espaço das nativas. E, geralmente, as exóticas não servem de alimento para a fauna silvestre, que também acaba sendo afetada — diz Marcia, que, além da jarrinha, encontrou outras seis espécies ameaçadas no parque. — Identifiquei a pequiá-de-restinga, o pitangão, a açucena, o ingá-da-praia, o abiu-de-restinga e o olho-de-cabra. Elas são remanescentes de áreas que ficaram preservadas mesmo em meio ao desenvolvimento da região.

Um passeio pelo Parque Fazenda da Restinga, onde há diversas espécies de borboletas, flores de diferentes matizes e caranguejos, explicita a importância de sua preservação. Muitas espécies ameaçadas da fauna e da flora coexistem naquele espaço. Uma delas é a borboleta-da-praia, que originou o apelido do parque. Sua planta hospedeira, a Aristolochia macroura, trepadeira conhecida como jarrinha, e a flor Lantana camara, da qual retira o néctar, também estão presentes.

FAIXA MARGINAL É O PRÓXIMO PASSO
Parque é apelidado de “terra das borboletas” - ANTONIO SCORZA / Agência O Globo
A recuperação do Parque Fazenda da Restinga não será a única ação da SMAC sob o conceito da ecogênese, ou seja, em prol da integração entre os ecossistemas. A geógrafa Silma Santa Maria ainda destaca a possibilidade de expansão de cerca de 700 metros da ciclovia, que hoje termina na altura da unidade da Universidade Veiga de Almeida no Downtown, já em fase de orçamento pela Gerência de Ciclovias da pasta. O cercamento de 750 metros da área recuperada, com mourões de eucaliptos, para evitar a fuga de animais do parque, e a extensão da proteção da vegetação da margem sul da Lagoa da Tijuca até o Parque Mello Barreto, que fica atrás do BarraShopping e é adotado pelo condomínio Península, também são planos da geógrafa.

— A crescente ocupação urbana do Rio determina intenso planejamento urbano e ambiental, para que se assegure a proteção e a expansão de seus ecossistemas. O prolongamento da ciclovia está encaminhado, mas precisa esperar o fim da recuperação ambiental da área e da construção do metrô. Para a extensão do trabalho de substituição de plantas exóticas por nativas até o Parque Mello Barreto, já elaborei um Termo de Referência (as exigências que a prefeitura precisa fazer ao lançar uma concorrência pública para estudo de projeto). Isso é necessário porque a intervenção, diferentemente do caso do Parque Fazenda da Restinga, seria feita em áreas privadas também. Já o cercamento do parque é essencial, porque muitas vezes vemos capivaras, por exemplo, expondo-se a riscos no meio da rua — afirma Silma.

Ela também destaca a importância do projeto de dragagem das lagoas, que poderá causar impacto positivo na recuperação do parque e do Canal de Marapendi:

— O parque termina na Lagoa da Tijuca, e é dotado de um belo deque. Com a dragagem, há a possibilidade de se iniciar o transporte aquaviário, o que já foi ventilado diversas vezes por moradores e pelo poder público. Tudo isso aumenta o valor da recuperação desse espaço.

Torre de observação será recuperada - Fabio Rossi / Agência O Globo
Enquanto planos são elaborados, outro trabalho já está orçado e prestes a ser iniciado: a recuperação da faixa marginal de proteção do Canal de Marapendi, à direita do Fazenda da Restinga. O custo deverá ficar próximo a R$ 1,5 milhão, com verbas provavelmente oriundas de medidas compensatórias, explica o autor do projeto, o engenheiro florestal Salvador Sá. A expectativa é que o serviço comece no início de 2016, e compreenda um ano de implantação e mais dois de manutenção.

— Será realizada a troca da vegetação exótica pela vegetação de restinga e brejo costeiro, preservando espécies nativas e o manguezal. O projeto é complexo porque ainda precisamos combater o retorno das invasoras, uma vez que suas sementes já estão presentes no solo. E, além da recuperação da vegetação original, daremos atenção paisagística ao entorno — explica Sá.
Ele alerta para o fato de que será necessário usar motosserras durante o trabalho, o que poderá assustar transeuntes:

— É importante que todos saibam que estamos realizando algo em prol da natureza. Às vezes as pessoas não se informam direito e acreditam que estamos apenas cortando árvores.

Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/bairros/parque-natural-de-40-mil-na-barra-sera-recuperado-17907816.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Fundação SOS Mata Atlântica apoia projeto inovador de plantio de árvores!

O Mosaico Carioca de Áreas Protegidas, através dos seus canais de comunicação, também ajuda a divulgar ideias sustentáveis!
A Fundação e o projeto Da Pé tem meta inicial de plantar 20 mil mudas de árvores nativas

Movidos pelo desejo de reflorestar o Brasil, o programa “Um Pé de Quê?, criado e produzido pela Pindorama Filmes e Canal Futura, lançaram em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, no domingo, dia 20 – véspera do Dia da Árvore -, o crowdfundingDá Pé”, para captação de recursos para plantio de, inicialmente, 20 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica, recuperando 1,33 Km de matas ciliares do Rio Una, na bacia do Rio Paraíba do Sul, que abastece os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.  

A campanha ficará disponível por 60 dias no site www.kickante.com.br/umpedeque, onde a cada contribuição voluntária no valor de R$ 20 o internauta adotará uma árvore. As mudas serão plantadas e cuidadas pelos próximos cinco anos pela Fundação SOS Mata Atlântica, até quando elas já estiverem fortes para seguir sozinhas.

Estevão Ciavatta, roteirista e diretor da Pindorama Filmes, destaca a importância do envolvimento da população para solucionar o problema do desmatamento a tempo de ver resultados de suas ações: “a Mata Atlântica tem um tempo médio de 10 anos para sua recuperação. É muito rápido. Essa geração pode mudar o mundo!”.

Com o valor arrecadado, quem adotar uma ou mais árvores também vai ajudar a disponibilizar, na íntegra, o conteúdo do programa “Um Pé de Quê?”, no site www.umpedeque.com.br. O programa, apresentado por Regina Casé há 15 anos no Canal Futura, possui um dos maiores acervos audiovisuais sobre árvores do mundo. São 156 programas com 138 espécies retratadas, cada árvore é a estrela de um episódio de 20 minutos. Será um material de livre acesso, no regime Creative Commons, para que o maior número de pessoas tenha acesso e faça uso deste conhecimento.

O programa “Um Pé de Quê?” tem uma parceria de mais de 10 anos com o Jardim Botânico de Rio de Janeiro, com a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Plantarum. O Um Pé de Quê? está na TV, na web e nos livros, cujo volume Pau Brasil foi adotado pelo Plano Nacional do Livro Didático.

Para Marcia Hirota, diretora executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, a parceria com o programa é muito importante para ajudar na conscientização das pessoas sobre o bioma. “Na semana em que comemoramos o Dia da Árvore, 21 de setembro, nossa principal meta é estimular e engajar a sociedade com ações de sustentabilidade em prol da Mata Atlântica, que hoje conta apenas com 8,5% de mata original no Brasil. Esta iniciativa vai ajudar também a mostrar o quanto a floresta é importante para garantir a geração de água em quantidade e qualidade para o nosso consumo”.

Sobre “Um Pé de Quê?
No ar desde 2001, o programa “Um Pé de Quê?” já rodou o Brasil e o mundo identificando e contando a história de mais de 130 espécies de árvores. Do Japão ao Moçambique, de Paris ao Cariri, Regina Casé aproxima o espectador às árvores através da música, da culinária, da história, da tecnologia e da antropologia. Em 2007 o “Um Pé de Quê?” se tornou o primeiro programa de TV a neutralizar todas as emissões de gases do efeito estufa de sua produção, realizando um programa inteiramente voltado ao tema do aquecimento global.

Sobre a SOS Mata Atlântica
A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG brasileira que atua há 28 anos na proteção dessa que é a floresta mais ameaçada do país. A ONG realiza diversos projetos nas áreas de monitoramento e restauração da Mata Atlântica, proteção do mar e da costa, políticas públicas e melhorias das leis ambientais, educação ambiental, campanhas sobre o meio ambiente, apoio a reservas e unidades de conservação, dentre outros. Todas essas ações contribuem para a qualidade de vida, já que vivem na Mata Atlântica mais de 72% da população brasileira. Os projetos e campanhas da ONG dependem da ajuda de pessoas e empresas para continuar a existir. Saiba como você pode ajudar em www.sosma.org.br.

Para mais informações, entrar em contato com a Assessoria de Imprensa:

Informações Da Pé
Casé Assessoria – 11 3060 8412 | 21 99777-7153
Patricia Casé | Luciana Leall
patricia@caseassessoria.com.br/ luciana@caseassessoria.com.br


Informações SOS Mata Atlântica
Máquina Public Relations – 11 3147 7464 | 7232 | 7434
Tâmara Scala | Bruno Deiro | Caroline Abou Jaoude
tamara.scala@grupomaquina.com / bruno.deiro@grupomaquina.com/caroline.aboujaoude@grupomaquina.com

terça-feira, 13 de outubro de 2015

I Encontro Científico da Reserva Biológica de Guaratiba

O Mosaico Carioca de Áreas Protegias apoia e divulga a realização do I Encontro Científico da Reserva Biológica de Guaratiba nos dias 04 e 05 de novembro na sede do INEA. O evento é aberto a toda comunidade e contará com palestras e painéis sobre trabalhos científicos realizados na Reserva Biológica de Guaratiba.


A organização do evento pede que os interessados em apresentar trabalhos enviem resumos até o dia 16 de outubro.
Inscreva-se para participar do evento preenchendo o formulário no link: bit.ly/rebio-inscricao.