Trilha Transcarioca

O Mutirão foi um sucesso!!! Agradecemos a todos os envolvidos que doaram seu tempo para a realização deste sonho. Em breve postaremos fotos dos nossos Voluntários trabalhando na implementação da Trilha Transcarioca.

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Saiba mais sobre a Trilha Transcarioca!!!

Introdução

A Trilha Transcarioca cruzará o Rio de Janeiro por um percurso de aproximadamente 170 km, saindo da Barra de Guaratiba até o Morro da Urca, aos pés do Pão de Açúcar. Durante o seu trajeto, o visitante terá a oportunidade de apreciar atrativos naturais pouco conhecidos da cidade e descortinar a Cidade Maravilhosa de ângulos inusitados. A trilha poderá ser percorrida na sua integralidade ou em seções, de acordo com o interesse, a aptidão e a disponibilidade de tempo de seus usuários.


Símbolo da união entre as três esferas do poder público, esta iniciativa visa também à integração e o fortalecimento das áreas protegidas cariocas, no contexto da realização dos grandes eventos de abrangência internacional sediados pela cidade. Sua implantação é uma iniciativa do Mosaico Carioca de Áreas Protegidas, criado oficialmente pelo MMA em julho de 2011, e vem sendo intensamente planejada e implementada pelos gestores das unidades de conservação envolvidas, por meio de reuniões, oficinas e ações de manejo.
A Trilha Transcarioca foi inicialmente idealizada por Pedro da Cunha e Menezes, em seu livro Transcarioca: todos os passos de um sonho (2000), respaldada em diversos exemplos bem sucedidos de trilhas de longo curso, tais como a Appalachian Trail (EUA), Huella Andina (Argentina), Hoerikwaggo Trail (África do Sul) e Te Araroa Trail (Nova Zelândia). Ademais da geração de emprego e renda dentro dos princípios norteadores do desenvolvimento sustentável, é propósito do Mosaico Carioca que a Trilha Transcarioca siga o exemplo dessas trilhas, que geraram um incremento na visitação e diversas melhorias na gestão das áreas protegidas que cruzam. Pretende-se que o estabelecimento da Trilha Transcarioca proporcione melhorias ambientais para a cidade, como o tão sonhado corredor florestal entre os maciços da Tijuca e da Pedra Branca e a racionalização das unidades de conservação do Mosaico Carioca. A Trilha servirá também de modelo de conservação de diversos ecossistemas da Mata Atlântica, servindo como uma ferramenta viva de educação ambiental em áreas de restinga, manguezal, praia, costão rochoso, floresta de baixada e floresta montana.

Planejamento e Implantação

A Trilha Transcarioca integra seis unidades de conservação de proteção integral, sendo elas:
  • Parque Natural Municipal de Grumari;
  • Parque Estadual da Pedra Branca;
  • Parque Nacional da Tijuca;
  • Parque Natural Municipal da Catacumba;
  • Parque Natural Municipal da Paisagem Carioca;
  • Monumento Natural Municipal dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca
A trilha permite também o acesso a áreas protegidas como o Sítio Burle Max, Parque Natural Municipal da Cidade e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Em um segundo momento, a trilha deverá também abranger a Restinga da Marambaia e o Morro Cara de Cão.
Seu traçado inicial foi elaborado por um grupo de trabalho constituído pelos gestores das unidades de conservação e técnicos do ICMBio, INEA e SMAC, bem como por voluntários conhecedores da malha de caminhos das unidades abrangidas, com base no percurso descrito por CUNHA e MENEZES (2000). O planejamento iniciou-se pelo diagnóstico dos atrativos e trilhas existentes nas unidades de conservação e seu entorno imediato, com base nas cartas topográficas do Instituto Pereira Passos de planejamento urbano (IPP, 1999) e nos bancos de dados das unidades. O traçado foi então proposto de maneira a permitir a passagem pelos principais atrativos ecoturísticos da cidade, aproveitando as trilhas preexistentes.
A fim de ampliar a discussão para outros setores da sociedade, em maio de 2013, o Mosaico Carioca organizou o evento “Trilha Transcarioca: Seminário Internacional de Trilhas de Longo Curso”, que apresentou um panorama geral sobre as trilhas de longo curso no Brasil e no mundo, reunindo cerca de duzentos convidados. Conferencistas, pesquisadores, montanhistas e gestores de unidades de conservação participaram de oficinas técnicas para debater temas como segurança, comunicação, sinalização, manejo, divulgação, geração de emprego e renda, assim como o traçado da Trilha em seus diferentes trechos. Os resultados das discussões foram sumarizados pelos coordenadores de cada oficina na forma de relatórios com recomendações.

A divulgação da trilha vem sendo feita por meio de redes sociais e em diversos veículos de mídia impressa, televisão, rádio e websites. Na ocasião do seminário internacional, também foi produzido material de divulgação como folhetos, mapas, camisetas e banners informativos.



Situação atual da trilha

Atualmente a Trilha Transcarioca possui cerca de 100 km manejados e sinalizados por meio de sinalização rústica, que utiliza tabuletas de madeira indicando nominalmente o próximo destino, intermediadas por pinturas em árvores e rochas de um logotipo cuja representação é uma pegada de bota com a figura do Cristo Redentor carregando uma mochila desenhada em sua sola (figura 3). Essa logomarca, também usada na folheteria e demais materiais atinentes à Trilha, foi desenvolvida pelo INEA para o Mosaico Carioca e é aplicada ao longo do traçado, segundo um Manual de Sinalização, desenvolvido pelo Mosaico.
A metodologia utilizada na sinalização segue o padrão em vigor em caminhos de longo curso europeus, norte-americanos, argentinos e sul-africanos entre outros. No Brasil a sinalização rústica, tal como adotada na Trilha Transcarioca, tem sido testada com êxito no Parque Nacional da Tijuca desde 1999 (após o início de sua utilização o número de pessoas perdidas no PNT caiu em média de 100 por ano para menos de 5 ao ano).
A página do Facebook da Trilha Transcarioca (https://www.facebook.com/TrilhaTranscarioca) possui cerca de 1.800 seguidores. Já foram publicadas diversas matérias em meios de divulgação impressos, como jornais de grande circulação, revistas de circulação nacional, revistas de bairro e veículos oficiais. A trilha também já foi tema de reportagens na TV aberta e possui mais de 5.000 citações em websites, com dois filmes no YouTube.
Recentemente, a trilha foi apresentada em dois encontros científicos: o IX Fórum de Planejamento Turístico da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), e o III Congresso de Natureza, Turismo e Sustentabilidade, no qual recebeu menção honrosa.
Sua implantação continuará sendo feita em etapas seguindo cronograma e padrão uniformizados decididos em comum acordo por todas as partes envolvidas, no contexto do Mosaico Carioca. Nesse sentido, acordou-se que a Trilha terá três estágios básicos de implementação:
(1)   poda, sinalização direcional e obras de arte absolutamente imprescindíveis.
(2)   sinalização interpretativa e educativa, mapas, website completo, inventário de serviços associados (acomodação, alimentação, guiagem, transportes etc) e obras de arte principais (pontes, drenos, escadas, corrimãos etc).
(3)   demais obras de arte (abrigos, banheiros, bancos, mirantes etc) e implementação de uma malha de trilhas secundária devidamente manejada (trilhas de acesso, rotas de fuga, caminhos opcionais a atrativos que não estão no roteiro principal como picos, cachoeiras e atrativos histórico-culturais).
De acordo com o cronograma acordado o primeiro estágio da Trilha deverá estar completo para os seguintes eventos:
  • Copa das Confederações (2013): Floresta da Tijuca ao Parque Lage, passando pelo Corcovado.
  • Copa do Mundo (2014): Parque Nacional da Tijuca até o Pão de Açúcar e trechos do Parque Estadual da Pedra Branca, Parque Natural Municipal da Catacumba e APA dos Morros do Leme, Babilônia e S. João
  • Jogos Olímpicos (2016): Toda a Trilha.


Conclusão

A Trilha Transcarioca é um equipamento de uso público que serve como ferramenta de conservação. Sua implantação representa um marco para o verdadeiro turismo ecológico na cidade e contribui para a criação de uma cultura profissional de manejo coordenado entre as diversas unidades de conservação por ela atravessada.  Também assegura, pelo uso, a consolidação de um corredor ecológico entre os Parques Nacional da Tijuca e Estadual da Pedra Branca. Do ponto de vista da educação ambiental, ao servir de espinha dorsal de um mosaico, chama a atenção da população em geral para a necessidade imperiosa da gestão ecossistêmica. Por fim, ao estimular o uso mais espaçado da visitação pelas diversas Unidades de Conservação do Mosaico, gerando emprego e renda ao longo do processo, a Trilha tem o potencial de aumentar o apoio da população ao Mosaico como um todo, mudando assim a percepção de que apenas pontos de maior afluxo como o Cristo Redentor ou o Pão de Açúcar têm algum valor para a cidade.
O conceito de Trilhas de Longo Curso existe há cerca de 100 anos e já foi amplamente testado com sucesso em quase todos os países do mundo. Nesse tocante o Brasil é ainda uma exceção. Segundo a Professora Jaqueline Muniz a Trilha Transcarioca tem o potencial de ser “a costura que vai emendar a cidade partida”. Mais do que isso, o Mosaico Carioca acredita que ela pode servir também de exemplo para o resto do Brasil ao demonstrar que visitação bem manejada e conservação são não somente compatíveis, mas sobretudo são um objetivo desejável e que merece ser perseguido.


Referências Bibliográficas

CUNHA e MENEZES, P. Transcarioca, todos os passos de um sonho. Sextante Artes, 2000.
IPP. Cartas Topográficas da Cidade do Rio de Janeiro. Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, 1999



Paisagens:

Parque Natural Municipal de Grumari (Foto: Alexandre Chagas) 


Parque Estadual da Pedra Branca (Foto: Eduardo Coelho)

Parque Nacional da Tijuca (Foto: Ernesto Castro)

Parque Natural Municipal da Catacumba (Foto: Deborah David)

 Parque Natural Municipal Paisagem Carioca (Foto: Celso Junius)

 Monumento Natural Municipal dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca
(Foto: Companhia Caminhos Aéreos)

Autor: Camila Rezende/INEA


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